Portal LogWeb – Sustentabilidade nas Operações Logísticas

A discussão sobre a importância das operações, quer sejam fabris ou logísticas, tomaram força nos idos dos anos 1970 em todo mundo. Desde então, dimensões como qualidade, custo, agilidade e flexibilidade foram bastante exploradas. Há cerca de 20 anos, teve início a discussão sobre o aspecto da sustentabilidade, muito com o foco na redução dos GEE (Gases do Efeito Estufa), que ganhou força global com os eventos da ONU (Organização das Nações Unidas) ao promover as COP (Conferências das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas).

Por outro lado, o conceito de Tripple Bottom Line, que inseriu o debate sobre sustentabilidade de modo mais amplo, unificando as perspectivas financeira, social e ambiental, vem sendo discutido desde os anos 1990.

Atualmente, a pauta em muitas empresas e fóruns nacionais ou internacionais tem sido as iniciativas de ESG (Environmental, Social & Governance).

Naturalmente, no ambiente da logística e supply chain, a maioria dos profissionais ainda associam práticas de ESG com ações para mitigar os GEE, como o CO2, por exemplo, ou simplesmente focam em ações de responsabilidade social e na pauta atual sobre diversidade nas organizações, tratando de temas como inclusão social, raça e gênero.

Apesar de todas essas ações estarem corretas, apenas essa abordagem não é suficiente para trazer uma agenda de sustentabilidade com boas práticas de ESG para o cotidiano das operações.

No ambiente das operações logísticas, podemos elencar algumas frentes com oportunidades para repensar e contribuir para as ações de ESG:

Intralogística

A seleção ou construção de instalações com certificações sustentáveis de construção (por exemplo LEED), a substituição das baterias chumbo-ácido pela bateria de lítio nos veículos industriais, o projeto e uso adequado de sistemas automáticos e robôs para movimentação e armazenagem de materiais e sistemas de sorting (classificação dos produtos).

Ainda vale lembrar da seleção correta dos unitizadores para a movimentação e armazenagem dos materiais, bem como as embalagens para envio ao cliente.

Na operação que caracteristicamente depende do uso de mão de obra, não podemos nos esquecer dos requisitos ergonômicos e de segurança, que, além de reduzir fadiga, afastamento e melhorar a produtividade, contribuem para que o ambiente de trabalho e o clima organizacional sejam mantidos na sua plena condição de conformidade.

Cadeia de Suprimentos

Programas de fornecedores responsáveis com o crescimento sustentável, ações conjuntas para mitigação de riscos ambientais, sociais e, também, financeiros. Lembrando que a relação ganha-ganha é mais saudável e sempre melhor que a exploração predatória do mais fraco. Vale lembrar, também, que o adequado planejamento dos estoques, que sofreram grande impacto nos últimos anos e ainda buscam encontrar o patamar ideal.

Quanto ao crescimento e expansão das operações, é preciso pensar e desenhar a cadeia de suprimentos com a seleção dos fornecedores mais adequados para que a capilaridade almejada à malha futura possa ser alcançada. Um case de sucesso de expansão com parcerias pode ser identificado no mercado automotivos. Nas recentes décadas, o setor passou por importante internacionalização e seus fornecedores participaram diretamente da construção da malha logística-industrial futura.

Transporte

Não apenas a utilização dos veículos elétricos para redução da emissão de CO2, mas a reavaliação constante com o uso de softwares especialistas, que otimizam e planejamento as rotas de coleta, transferência e entrega, com o perfil de frota adequada, permite extrair ao máximo a redução de CO2, melhorar o resultado financeiro e, também, a satisfação do cliente ao reduzir os prazos das entregas.

Equipe

O exemplo da liderança com ações que permitam e promovam a inclusão de todos os gêneros ou identidades, a manutenção do ambiente de trabalho seguro e a promoção e reconhecimento dos colaboradores que tragam ideias com o viés sustentável. Não apenas isso! A capacitação dos colaboradores por meio de treinamentos e benchmark permitem a melhor apropriação de boas práticas à equipe e são uma excelente oportunidade para fomentar novas ideias e iniciativas.

Diversos exemplos citados são ações cotidianas do profissional de logística. Já outros dependem de importantes investimentos para que possam ocorrer. Contudo, todas essas iniciativas, que residem no arcabouço das operações, podem ser tema de contínuo questionamento de cada equipe de trabalho para que novas avaliações e projetos sejam realizados a fim de atingir novos patamares de sustentabilidade. Não somente essa busca por operações, alinhadas às práticas ESG, permite a geração de capabilities para as operações, como as operações são mais eficientes e possuem equipamentos, softwares e times mais preparados e desenvolvidos na direção do estado da arte nas respectivas atividades.

Por fim, temos notado que empresas as quais buscam nas suas operações práticas de ESG sinalizam ao mercado que suas operações buscam antecipar-se às legislações e procuram melhorias contínuas, desafiando sempre o “status quo”. Desse modo, além da perseguição por melhores resultados corporativos e melhorar a satisfação dos seus clientes, permite maior segurança aos investidores e, assim, com o tempo, a natural valorização da marca e de sua reputação no mercado.

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